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Vereadores divergem sobre o Escola Sem Partido

Há um mês (03 de abril), o vereador da capital paulista Fernando Holiday (DEM) publicou na sua página do facebook um vídeo dizendo sobre as visitas em escolas municipais, alegando doutrinação no ensino. Os professores não gostando de sua conduta, procuraram o Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL) para a denuncia, o Deputado protocolou na terça-feira 4 de abril, um pedido para que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Corregedoria da Câmara Municipal apurassem a conduta do vereador.

Fernando Holiday é o vereador mais jovem de São Paulo, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) e apoia o Escola Sem partido, um movimento que alega a doutrinação na escola, onde professores não estão trabalhando segundo os seus deveres, e sim colocando ideias partidárias nas cabeças de seus alunos. “Vou continuar fazendo essas visitas surpresas nas escolas do município, zona sul, leste, oeste, norte, enfim. Pra verificar, claro, a estrutura da escola, quais as maiores dificuldades, mas também para analisar se há doutrinação no conteúdo que está sendo dado em sala de aula”, diz em um de seus vídeos, após a visita na escola municipal Constelação do Índio, no Jardim Campinas, na Zona Sul de São Paulo.

Vereador Professor Evandro (PROS) (Imagem: Câmara dos Vereadores de Campo Limpo Paulista)

O vereador de Campo Limpo Paulista, Professor Evandro (PROS), diz não conseguir entender a proposta do Escola Sem Partido “A postura do professor, o exemplo que ele da, é o exemplo que não existe neutralidade na ciência. Essa neutralidade, essa proposta de que você pode, quando você ensina ser neutro não existe. A pessoa com o exemplo que ela da, já é um exemplo que não existe neutralidade. A ideologia está presente o tempo todo”, relata. Para o vereador Evandro quando se diz não ter doutrinação nas escolas, já é uma forma de doutrinar, e o papel do professor é promover o debate, construir pontes ao invés de muros.

O campo do vereador é um pouco limitado, mas as visitas nas escolas são feitas pelos próprios vereadores, o seu principal papel é a fiscalização, “O patrimônio público tem que ser fiscalizado sim, e isso é um papel do vereador, então não tem um limitador, isso você pode e isso você não pode” finaliza o vereador Evandro.

Além disso, eles também trabalham com os projetos de lei e a captação de recursos. Os vereadores trabalham em comissões separadas, mas em conjunto uns com os outros. “As ações que temos que ter, elas nunca serão individuais. Ela pode ser individual em apontamento ao ministério público. De apontamento ao projeto do prefeito, ao voto. Mas nunca com uma ação única, a gente trabalha dentro do consenso né. Um desenvolvimento, uma conversa. Isso é política. A política tem que chegar em um bem comum”, relata a professora e vereadora, também de Campo Limpo, Cristiane Damasceno (PMDB).

Cristiane concorda com o Escola Sem Partido, mas acredita que tem que existir uma escola política, que formem alunos pensadores, com uma formação política e não partidária. “Eu concordo que tenha que ser sem partido. Pro aluno a informação mais importante que tem que chegar, não é se o partido A ou o partido B é o partido correto, e sim ele ter um conhecimento político, uma consciência política crítica sobre a nossa sociedade”, diz.


Vereador Cristiane Damasceno (PMDB) (Imagem: Câmara dos Vereadores de Campo Limpo Paulista)

A vereadora acredita que hoje os jovens estão votando de maneira errada, sem ter um pensamento mais estruturado ou coerente. “Hoje muitos jovens começam a votar muito cedo e infelizmente da maneira errada escolhem o futuro do nosso país, do nosso município, do nosso governo. E essa maneira que é colocado às coisas, ela acaba sendo influenciada sim por aquele que é o formador de opinião, que está lá na sala de aula. Por mais que ele (professor) não queira, ele tem um lado que mais conhece, que acredita”, explica Damasceno que tem um projeto que tentará trazer um curso sobre política grátis, com apostilas, para que a população se conscientize a respeito da política. “Eu quero levar formação política para a população. Hoje o que acontece, o município, o estado eles não sabem votar. O voto precisa ser trabalhado”, conclui.


O Ministério Público de São Paulo protocolou a denúncia do Deputado Estadual Carlos Giannazi, e está verificando a postura do vereador Fernando Holiday. O caso está na Câmara Municipal, causando debates entre os vereadores, tentando barrar o projeto Escola Sem Partido. “Assumi um compromisso público com a verdade e seguirei lutando por um ensino cada vez mais livre independente de qualquer tentativa abjeta que atente contra isso”, disse o vereador Fernando Holiday em sua página do facebook após as denúncias.


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